Hoje
eu joguei fora as cartas em envelopes lacrados com palavras que nunca foram
ditas, talvez por falta de coragem ou por esquecimento. Esvaziei a gaveta,
rasguei folhas do meu caderno com textos rabiscados e deixei as páginas em
branco pra serem completadas com novas melodias. Mas por enquanto não quero
apenas preencher algum espaço vazio, nada de impulsos dessa vez. Pra hoje fico
com a serenidade e o silêncio da minha mente amontoada de emoções.
Hoje
eu quis sentir o vento, soltar meu par de asas e voar, sem roteiro, sem hora
marcada e sem data pra voltar. Eu quis a liberdade dos meus passos para ir a
lugares que ainda não fui, conhecer novas sensações, paisagens e histórias para
serem descobertas.
Hoje
eu não quis pensar e nem me cobrar por não ter conseguido ser o que deveria ou
o que esperavam que eu fosse. Eu apenas olhei pra trás e agradeci pelas
escolhas erradas, elas me possibilitaram novos caminhos para meu crescimento e
hoje sigo mais lúcida, mais confiante e certa de que a cada passo que eu der
vou saber repousar no lugar certo, e se o certo não for o suficiente
continuarei seguindo, com coração tranquilo e com minha capacidade de me
reconstruir sempre quando for preciso.