segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sobre reconstrução

Hoje eu abri as portas, arrumei a prateleira, me livrei de uns velhos rascunhos e troquei os móveis de lugar. Liguei a rádio e mudei a estação, a música, o verso e o som. Deixei o sol entrar entre as frestas da minha janela e com ele me renovei, me inspirei e reinventei. Eu que sempre quis muito, hoje quis menos. Quis menos drama, menos palavras jogadas fora, menos frases incompletas e menos promessas. Hoje quis apenas paz e coração tranquilo. Força, paciência e coragem pra mudar um destino. 

 Hoje eu joguei fora as cartas em envelopes lacrados com palavras que nunca foram ditas, talvez por falta de coragem ou por esquecimento. Esvaziei a gaveta, rasguei folhas do meu caderno com textos rabiscados e deixei as páginas em branco pra serem completadas com novas melodias. Mas por enquanto não quero apenas preencher algum espaço vazio, nada de impulsos dessa vez. Pra hoje fico com a serenidade e o silêncio da minha mente amontoada de emoções.

 Hoje eu quis sentir o vento, soltar meu par de asas e voar, sem roteiro, sem hora marcada e sem data pra voltar. Eu quis a liberdade dos meus passos para ir a lugares que ainda não fui, conhecer novas sensações, paisagens e histórias para serem descobertas. 

 Hoje eu não quis pensar e nem me cobrar por não ter conseguido ser o que deveria ou o que esperavam que eu fosse. Eu apenas olhei pra trás e agradeci pelas escolhas erradas, elas me possibilitaram novos caminhos para meu crescimento e hoje sigo mais lúcida, mais confiante e certa de que a cada passo que eu der vou saber repousar no lugar certo, e se o certo não for o suficiente continuarei seguindo, com coração tranquilo e com minha capacidade de me reconstruir sempre quando for preciso.





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